O ambiente organizacional experimenta profundas transformações. Implementação de novas tecnologias, de modelos flexíveis de trabalho são apenas alguns exemplos entre muitas mudanças no universo corporativo, que vêm exigindo dos profissionais capacidade de produção e adaptação. Neste cenário, Wellington Silvério, diretor consultivo da ABRH-SP e diretor de RH na Jonh Deere, observa um terreno fértil para a convivência de suas síndromes importantes: burnout e burnon.
Em 2023, o governo brasileiro atualizou a lista de doenças relacionadas ao trabalho no País, incluindo 165 novas patologias, entre elas o burnout.
A Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, caracteriza-se, segundo Wellington Silvério, por fadiga elevadíssima e se traduz em queda de energia e desempenho. “Em outras palavras, no burnout, o corpo diz ‘não’, ao não corresponder à necessidade do desempenho”, afirma.
As causas mais comuns, apontadas pelo diretor consultivo da ABRH-SP são excesso de trabalho, falta de autonomia, incongruência de valores, percepção de injustiça e ambiente tóxico.
Mais recentemente no mundo organizacional, os profissionais também vêm convivendo com outro fenômeno: a Síndrome de Burnon. “As pessoas acometidas pelo burnon apresentam um nível de energia altíssimo. São profissionais tidos como ‘elétricos’, apaixonados pelo trabalho, que não se desconectam dele por um minuto sequer”, explica.
Diferentemente do burnout, que vem sendo amplamente pesquisado desde a década de 1970, o burnon ainda é uma condição menos estudada, mas já merece a atenção de especialistas da saúde e das corporações.
Quem sofre de burnon, muitas vezes não percebe que está acumulando cada vez mais responsabilidades, tanto na vida profissional quanto na pessoal. “Vivendo em estresse constante, sem as devidas pausas, a pessoa vai adoecendo silenciosamente e gerando a exaustão. Da mesma forma que o burnout, o burnon vai levar o profissional a uma performance comprometida”, ressalta.
Se de um lado o burnout pode ser percebido com maior facilidade, o burnon, segundo Silvério, é visto erroneamente pela organização como algo bom, quando na realidade está conduzindo o profissional acometido pela síndrome a uma condição depressiva importante.
“Precisamos ressaltar a importância das organizações nas ações de equilíbrio entre a vida pessoal e trabalho. Tanto no burnout quanto no burnon, é fundamental que o ambiente do trabalho seja cuidado”, conclui o diretor consultivo da ABRH-SP
Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP (10 de junho de 2024).