Este texto resume a apresentação da Análise Transacional, tema da reunião do GE LAB do Autoconhecimento, da ABRHSP, em 07/06/2023. Encaminhamos ao grupo, com antecedência, um texto de apoio sobre as bases da AT, além de um exercício para ser respondido e discutido no dia da apresentação.
DISCUSSÃO
A reunião teve como pauta a discussão dos textos, a exibição de vídeo sobre AT, a análise dos resultados do exercício encaminhado e discussões em torno do assunto. O objetivo foi apresentar mais uma ferramenta de autoconhecimento para grupos de RH.
Quem elaborou a teoria da AT foi o médico psicanalista Eric Berne, por volta de 1958. Através de trabalhos com pacientes, utilizando a linha psicanalítica, Berne foi fazendo descobertas que o levaram a criar um método terapêutico de resultados rápidos e eficazes.
O ponto de partida foi considerar que a intuição, ajuda a quebrar barreiras e paradigmas, ou seja, quando as pessoas se permitem entrar em contato com outras pessoas, sem críticas e preconceitos, vão captando coisas e melhorando relacionamentos.
Para explicar a estruturação da personalidade, a AT fundamenta-se em três premissas: 1) Todo ser humano com um funcionamento suficiente de tecido cerebral é potencialmente capaz de avaliar a realidade; 2) Todo indivíduo adulto foi um dia uma criança; 3)Todo o indivíduo que chegou até a idade adulta teve pais ou substitutos.
Para Berne, as pessoas são estruturadas a partir de três subsistemas, que são chamados Estados de Ego, ou seja, um sistema de emoções e pensamentos acompanhado de um padrão de comportamento correspondente. As pessoas, a cada momento, podem escolher usar aspectos positivos ou negativos de cada estado.
O subsistema extereopsíquico representa o registro das condutas aprendidas, modeladas das figuras chamadas parentais. É chamado Estado de Ego Pai.
O subsistema Neopsíquico representa o Estado de Ego Adulto, caracterizado pela voz do equilíbrio, razão e experiências. Nesse Estado, a pessoa faz perguntas claras e ouve as respostas.
O subsistema arqueopsíquico contém os vestígios da infância e opera a partir de sentimentos. Manifesta-se através de emoções, buscando a satisfação de necessidades. Representa a parte original do ser Livre, sem censura, Autêntico. Faz processamento intuitivo e não lógico. É chamado Estado de Ego Criança.
Em análise transacional são chamadas transações as trocas de estímulos e respostas entre os estados de egos de diferentes pessoas. É a unidade básica do relacionamento interpessoal. Se duas ou mais pessoas se encontram, cedo ou tarde uma delas irá iniciar um processo que indique percepção da presença da outra. Esta manifestação chama-se estímulo transacional e convidará o outro a se manifestar também, fazendo ou dizendo algo relacionado com o estímulo recebido.
Todas as nossas experiências pessoais e os papeis que assumimos, podem ser agrupados e sintetizados na posição existencial que temos. Berne examina as quatro posições existenciais e vai mostrando que a vida não é positiva o tempo todo, o ideal é um estado de equilíbrio com o Estado de Ego adulto em seu controle. Esta posição existencial realista implica admitir que as pessoas estão bem, muito embora isto não aconteça o tempo todo.
Outro conceito básico em AT são as emoções, ou seja, qualquer tipo de reação que ocorre no organismo em decorrência de um estímulo externo, provocando alterações fisiológicas no corpo, acompanhada de uma sensação penosa ou agradável.
Através do exercício enviado ao grupo constatou-se que cada pessoa desempenha vários papeis, assumindo ora o pai crítico, o adulto ou a criança, ampliando o grau de conscientização sobre a utilização de cada um dos estados de ego.
As discussões no grupo de estudos permitiram concluir que a AT contribuiu para a ampliação do autoconhecimento e do conhecimento do outro, o que possibilita novas percepções e interações mais conscientes e positivas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os conceitos básicos de AT têm sido aplicados como ferramentas de autoconhecimento nas organizações, seja através de palestras, cursos de capacitação ou vivências. É interessante destacar que na década de 1970 a Análise Transacional explodiu nas empresas como uma ferramenta valiosa no desenvolvimento pessoal de seus colaboradores.
Atualmente a Análise Transacional tem sido vista como mais uma ferramenta para ampliação do autoconhecimento, ajudando a pessoa a relacionar seu tipo de conduta predominante com o que é apresentado por essa Teoria, possibilitando melhorias significativas nas relações interpessoais.
São Paulo, 24 de Junho.