Com o anúncio da pandemia de Covid-19 há quatro anos pela OMS (Organização Mundial de Saúde), empresas cuja rotina não previa o trabalho remoto experimentaram transformações profundas. “Pelo menos entre as que começaram a operar neste modelo, observamos um marco na forma como se entende o espaço de trabalho, que era concebido como escritório, e a capacidade de produção”, avalia Frederico Lacerda (Pin People/ABRH-SP Tech). Com muitas lições e perspectivas para o mundo corporativo, as modalidades remota e híbrida de produção têm a flexibilidade como pilar central, sem comprometimento da produtividade e da conexão profissional. “Estas são as duas faces desta moeda”, destaca.
As mudanças mais significativas vivenciadas pelas organizações a partir da pandemia redefinem, nas palavras de Lacerda, “não apenas onde trabalhamos, mas como trabalhamos, nos conectamos e equilibramos aspectos da vida profissional e pessoal”. As transformações, segundo ele, não são homogêneas, pois dependendo do setor, as mudanças acabam sendo distintas.
Para Frederico Lacerda, o trabalho remoto e híbrido acabou por acelerar a digitalização das empresas. “Da noite para o dia, as organizações tiveram sua força de trabalho atuando de casa e em parte no escritório. Isso significa a adoção e o aprimoramento de ferramentas de colaboração e de comunicação virtual”, destaca. Como resultado deste movimento, “foi criada uma flexibilidade sem precedentes, que não existia no mundo do trabalho”. Essa flexibilidade, ressalta, acabou trazendo também a redefinição do papel do ambiente do trabalho físico, que hoje é visto como um centro de conexão entre os profissionais.
Sobre os aspectos positivos desta transformação, Lacerda lembra que além da possibilidade de autogestão do tempo por parte dos colaboradores, as empresas tornaram-se mais resilientes e ágeis. “As organizações tiveram que aprender a operar de forma mais eficiente no meio da incerteza que a pandemia trouxe. Hoje, por exemplo, com o modelo trabalho híbrido e remoto, conseguimos atuar com pessoas que estão geograficamente mais distantes, o que promove mais diversidade nas equipes e uma capacidade de adquirir talentos”, diz.
Segundo Lacerda, o trabalho híbrido, apesar de desafiador, principalmente do ponto de vista da cultura organizacional e da gestão das equipes de forma remota, também oferece a oportunidade única para repensar as práticas de trabalho e promover um ambiente mais inclusivo e equitativo dentro das empresas.
A tecnologia, daqui para frente, terá um papel ainda mais importante na construção da cultura, na gestão de pessoas, onde quer que estejam trabalhando, e no bem-estar dos profissionais. “Atualmente, já há a compreensão por parte das organizações de que, por um lado, no trabalho presencial, existe mais conexão; no remoto e híbrido, maior produtividade”, finaliza Frederico Lacerda.
Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP (11 de março de 2024)